quinta-feira, abril 13, 2006

COISAS par(a)lamentares...


Por causa das férias maioria não vota diplomas do Governo,

Oito propostas do Governo e um voto de protesto do CDS/PP contra o encerramento das maternidades de Barcelos, Santo Tirso e Bragança ficaram ontem, véspera de férias de Páscoa, por votar no Parlamento por falta de quorum de deputados. Dos 230, estavam no plenário apenas 111 parlamentares, quando são necessários, no mínimo, 116 para se poder proceder a votações.

Os partidos trataram de descartar responsabilidades, mas o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, foi peremptório ao dizer que o regimento será "taxativamente cumprido". Ou seja, aos deputados faltosos cujas faltas sejam consideradas injustificadas será descontado 1/20 do seu vencimento.

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Ao menos, dêem-se ao respeito


Há mil e um discursos moralistas que se poderiam fazer sobre o facto de o Parlamento não ter conseguido quórum para votar, porque muitos deputados, apesar de a Assembleia até encerrar hoje, resolveram partir mais cedo para as suas miniférias da Páscoa. A situação é tão triste e os deputados faltosos expuseram-se tanto que tudo o que se diga condenando a atitude é, até, redundante.

O pior, seguramente o mais triste, é não sabermos que ponta de arrependimento tem cada um dos que deixou a cadeira vazia. Um pedido de desculpa é essencial, quando não temos todos o direito de pensar que cada um dos senhores e das senhoras se baldou na certeza de que o vizinho do lado estaria por si.

O país tem os deputados que elege. O dr. Jaime Gama, presidente da Assembleia, deveria encarar seriamente a possibilidade de nos dizer, um por um, o nome dos faltosos. Não é um apelo à denúncia, é apenas um apelo à reposição de um mínimo de decência.

Não vale a pena levar a questão ao extremo e pensarmos que é esta a classe dirigente que temos. Seria injusto. Mas é preciso dizer a esta gente que o mínimo que pode fazer é dar-se ao respeito. Ao menos, dêem-se ao respeito.